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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

FARMACÊUTICAS DE PAÍSES RICOS USAM PESSOAS DE PAÍSES POBRES COMO COBAIAS

A busca pela cura de doenças é algo muito importante nos dias atuais, contudo, o que mal sabemos é que testes de medicação são feitos com pessoas de classe sociais menos favorecidas. Um ato desumano com intuito de contribuir para o benefício da ciência e da venda de medicamentos.

Susan Reverby é uma historiadora que descobriu arquivos que relatavam a morte de 83 guatemaltecos depois de terem passado por experimentos. Segundo Susan é muito preocupante ver a globalização dos testes clínicos, uma vez que as pessoas fora dos Estados Unidos são mais ingênuas e os testes em nações subdesenvolvidas continuam ocorrendo. Porém, muitas denuncias foram feitas e alguns dados são alarmantes, entre eles, é possível citar que nos últimos 7 anos na Índia, hospitais testaram remédios sem informar os pacientes o que ocasionou 10 mortes. Em 2008, 12 crianças morreram na Argentina após participarem de experimento para vacina contra pneumonia, os pais, analfabetos afirmam não terem sido avisados sobre a pesquisa. Essas crianças foram vítimas de uma ação covarde.

Aqui no Brasil, em 2006, nas comunidades do Amapá diversas pessoas foram picadas por mosquitos infectados pela malária em decorrência de estudos de uma Universidade dos EUA. Os brasileiros recebiam até R$ 30,00 por dia para se submeterem a isso, o caso foi denunciado no Ministério Público Federal, mas até agora não houve punição, porém o estudo foi interrompido pelo Conep (Comissão de Érica Nacional de Ética em Pesquisa. Na Nigéria em 1996, 11 crianças morreram e outras sofreram danos cerebrais após testarem uma droga contra meningite.

Na maioria das vezes os testes são feitos por estrangeiros e as autoridades locais não tem recursos suficientes para o controle da situação. As pessoas que submetem aos testes não tem condições de terem um tratamento adequado e por falta de dinheiro e opção acabam por se submeterem aos testes. Gyselle coordenadora do Conep afirma “É preciso pesar o avanço da ciência, mas não devemos fazer isso a custa de gentes”.

Renata Dias

Baseado na matéria publicada na Revista Galileu - Outubro de 2011.