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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quem disse à estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta: - Florece!
E ao mundo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou se à vermelha
O seu mel há-de pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem…
Ai! Não mo disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino…
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.
by Almeida Garrett

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

ESCREVER

Escrever é uma vontade, tem que ser natural para ser legal o escritor tenta registrar o que vê ao seu redor
O Poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
ou seja o poeta é fingidor de sua própria realidade, do mundo em que lhe cerca. As vezes apenas tenho vontade de escrever, seja o que for uma receita, uma carta, um verso, uma história, tudo o que me inspire.
Como cita Melo Neto :
Escrever é estar no extremo
de si mesmo, e quem está
assim se exercendo nessa
nudez, a mais nua que há,
tem puder de que outros vejam
o que deve haver de esgar,
de tiques, de gestos falhos,
de pouco espetacular
na torta visão de uma alma
no pleno estertor de criar.
Um escritor, ao colocar no papel seus textos, deixa em exposição seus sentimentos. O que ele escrever permanecerá, poderá, sim, surgir novos conceitos mas uma palavra escrita e registrada poderá ficar intacta. O escritor é capaz de colocar no papel suas inquietações, seus medos, angustias e alegrias, ele é capaz de reinventar um mundo à sua forma.
Não importa se é Pedro, Paulo ou Júlio,Ana ou Maria, para mim quem escreve consegue de forma magestosa ser sensível às suas emoções , dando a ela tempo para "pensar" e viver...