Noite escura, ando sozinha em uma estrada deserta, sinto o frio do vento que corre em minha direção, balança meus cabelos, sinto medo de estar perdida. Olho para o céu e vejo uma estrela que de tão forte brilho paro por alguns instantes e fico a pensar sobre quem sou eu nessa imensidão do universo. Sou simples poeira na estrada, talvez até menos que isso se comparada ao tamanho do universo. Mas preciso continuar a andar, tiro meus sapatos, já não preciso deles, e assim continuo seguindo, na noite fria, escura. Minha casa está próxima, logo após a curva, escondida entre as árvores.
Espero mais um pouco sentada na escada da porta da frente, olho para o céu novamente e não vejo a estrela que antes brilhava forte no universo. Sinto
as primeiras gotas de chuva, a cair sobre mim. São as gotas de chuva que se misturam com as gotas de lágrimas por não entender alguns instantes que a saudade bateu forte no peito. Entro, fecho a porta!
Renata Dias